in

Eu gosto é do estrago

Hoje, ao voltar do trabalho, algo peculiar aconteceu. Enquanto o sol se despedia no horizonte, tocando o céu com tons de laranja e rosa, uma canção conhecida invadiu o meu carro, como um sussurro do passado a me guiar. “O Velho e o Moço”, dos Los Hermanos, começou a ecoar pelas caixas de som, e nesse momento, mergulhei em uma teia de lembranças que me transportou para uma época que, embora distante, permanece vívida em meu coração.

E nesse instante, enquanto o som da música me envolvia, compreendi que as lembranças são como fotografias em nossa mente, e, mesmo que não possamos reviver o passado, podemos apreciar sua beleza e aprender com suas lições.

Caio Fernando Abreu costumava dizer que a vida é feita de instantes, pequenos momentos que se entrelaçam para formar a nossa história. E naquele momento, dentro do carro, com a música tocando suavemente, percebi como cada nota, cada verso da canção, era um fragmento de um tempo que já se foi, mas que jamais será esquecido.

Recordar é uma forma de eternizar o que foi bom, e também de reconhecer o que aprendemos com os momentos mais difíceis. Não importa o quanto o tempo passe, as lembranças permanecem conosco, moldando quem somos e nos lembrando da riqueza da experiência humana.

Lembro-me das noites em que caminhávamos pelas ruas da cidade, mãos dadas e corações cheios de esperança. Era como se o mundo fosse nosso, como se nada pudesse nos deter. E, mesmo nos dias mais sombrios, havia a certeza de que tínhamos um ao outro para enfrentar qualquer tempestade.

Mas a vida é uma jornada repleta de curvas inesperadas, e nem sempre seguimos na mesma direção. Nossos caminhos se separaram, e aquilo que um dia foi o centro do meu mundo se tornou uma lembrança distante. E, no entanto, não posso negar que aquela época moldou o homem que me tornei.

A importância de se reinventar, de se permitir ser um “novo moço” a cada dia. E é nesse espírito que, ao relembrar aqueles momentos, reconheço que a vida é uma constante evolução, uma jornada em que estamos sempre nos transformando.

A canção continua a tocar, e os versos de Los Hermanos ressoam em meu coração. “Quando vem dizer que eu não sei medir, nem tempo e nem medo.” E, de fato, é isso que somos, indivíduos solitários em nossa busca pela felicidade, carregando conosco as cicatrizes e as alegrias do passado.

É fácil ficar preso às lembranças, viver no “velho” que fomos um dia. Mas a vida nos desafia a sermos “moços” novamente, a descobrir novos horizontes, a amar de novo e a escrever novas histórias. Enquanto a música continua a tocar, eu sorrio para o passado, agradecendo por tudo o que vivi e por tudo o que aprendi.

A canção chega ao seu fim, mas o eco das lembranças permanece. Agradeço ao destino por ter me proporcionado essa viagem no tempo, por ter me lembrado da beleza efêmera da vida e por ter me inspirado a abraçar o presente com entusiasmo.

O que você acha?

Escrito por Gustavo

Eu sou Gustavo Silveira, um apaixonado por explorar o mundo através das lentes. Bem-vindo ao meu blog de viagem e fotografia, um espaço onde compartilho minhas jornadas, experiências e inspirações com todos vocês.

Hoje não tem texto

A necessidade de enfrentar o caos