A vida, meu amigo, é uma sucessão de momentos, alguns agradáveis e outros que preferiríamos esquecer. E no meio de todos esses instantes, há um que nos atinge como um soco no estômago: a última lembrança em foto antes do fim.
Todos nós conhecemos alguém que tinha um jeito de olhar para a vida que nos forçava a encarar a realidade de frente. E a realidade é que, em algum momento, todos nós enfrentaremos a despedida final de alguém que amamos profundamente. É uma daquelas verdades difíceis de engolir, como um gole amargo de uísque, mas é inevitável.
A última lembrança em foto antes do término é uma faca de dois gumes. Por um lado, é uma lembrança dolorosa de um tempo melhor, quando o amor estava vivo e fervendo. Por outro lado, é uma cápsula do tempo que nos transporta de volta àquele momento, quando ainda havia esperança no horizonte.
Lembro-me de uma tarde ensolarada, a luz dourada pintando o mundo lá fora, enquanto eu e ela, nos abraçávamos. Eu tinha uma câmera, ou pode ser chamado de celular mesmo. Ela estava linda, com aquele sorriso que fazia meu coração acelerar. Eu tirei uma foto naquele momento, capturando a felicidade e a intimidade que compartilhávamos.
Aquela foto, olhando para trás, era um prenúncio do fim. O brilho nos olhos dela não era mais o mesmo, a paixão havia se dissipado e o abraço era mais um adeus do que um encontro. Era como se a câmera tivesse capturado a inevitabilidade do nosso destino, a separação que se aproximava.
Mas, na época, eu não percebi. Eu queria acreditar que aquele amor era eterno, que a felicidade que compartilhávamos era inabalável. Eu ignorei os sinais, como muitos de nós fazem quando estamos cegos. E assim, a última lembrança em foto antes do término se tornou uma lembrança amarga de um tempo que nunca mais voltaria.
A vida é como andar na corda bamba sobre um abismo, e eu senti isso naquele momento como nunca antes. A última foto que tiramos juntos era um equilíbrio precário entre a alegria do passado e a tristeza do presente. Era como se a câmera fosse um espelho que refletia a fragilidade dos nossos corações.
Mas, apesar da tristeza que aquela foto evoca, ela também é uma lembrança da beleza do amor. Mesmo quando o amor desaparece, as lembranças permanecem. E é essa dualidade, essa mistura de alegria e tristeza, que torna a vida tão incrivelmente humana.
Então, o que fazer com a última lembrança em foto antes do término? Guardá-la na gaveta da memória e nunca mais olhar para ela? Ou encará-la de frente, aceitar a dor que ela evoca e usá-la como uma lição de vida?
Eu escolhi a segunda opção. Aquela foto, por mais dolorosa que seja, me lembra que o amor é uma jornada cheia de altos e baixos. É uma lembrança de que, mesmo quando o amor se transforma em tristeza, as lembranças são preciosas.
A vida – sim, sempre ela – é sobre os momentos brutos, os momentos reais, os momentos de despedida que nos fazem sentir vivos. A última lembrança em foto antes do término é um desses momentos brutos, uma parte essencial da nossa jornada humana.
Então, da próxima vez que você olhar para a última lembrança em foto, não fuja dela. Encare-a de frente, como a lente de uma câmera, e deixe que ela conte sua história. Porque, mesmo nas sombras mais escuras, sempre há um lampejo de beleza, um vislumbre de esperança. E é isso que torna a jornada da vida tão incrivelmente bela, mesmo em meio às despedidas finais.